quarta-feira, 27 de maio de 2009

ESTRANHA SENSAÇÃO


Ninguém à espera
nenhum sítio aonde ir
nenhuma meta onde chegar
nada a que me possa segurar
para me fazer sentir
alguém
chorar
cantar
escutar
falar
sorrir


Resta-me
encher o olhar
no horizonte
sentir o perfume
da ria
em minha fronte
ouvir o bramir
das mágoas
no canto da Natureza
a exalar
formosura
e beleza
nas gaivotas
planando sobre as águas
no vento aflito
que solta suas mágoas
nos calmos peixes
vagueando em cardumes
colhendo amor
vendendo azedumes
enquanto as traineiras
pachorrentas
se acostam lá no cais
descansando das tormentas.

E lá na alta torre
aonde o sino mora
alguém o faz chamar
quem Deus adora.

E, quebrada a indolência e a preguiça
há que fazer-se à estrada
e ir à Missa!...

4 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Este teu poema é delicioso.
Pela sonoridade e bom humor das tuas palavras.
E pela excelência do final.

Querida amiga, um beijo.

Ricardo Tavares disse...

Olá.

Espero que tudo esteja bem consigo.

Continua a escrever coisas lindíssimas.

Um beijo
Ricardo

Jacky - Simples assim!!! disse...

Lindo, como sempre.
bjos

yaleo disse...

Uma beleza como sempre******