terça-feira, 17 de agosto de 2010

A VIDA


A vida é feita de aprendizagens permanentes que só ajudarão ao crescimento se pensadas, interiorizadas e aceites como aprendizagens.
O que a princípio parece difícil, treinadinho a preceito tornar-se-á cada vez mais fácil e até gostoso.
Enquanto o corpo ordena a procura da lei do menor esforço o espírito segreda docemente que essa lei não leva a lado nenhum.
Então, ajudemos a lei do menor esforço que o corpo ordena com uma grande força do Espírito que nos leve a praticar convenientemente o que mais convém ao desenvolvimento harmonioso da humanidade que cada um possui, composta de corpo e espírito… mas convencidos de que, no dizer do Principezinho de Antoine de S. Expuré, “o mais importante é invisível aos olhos”.
Quando uma vida se nos apresenta organizada num corpo feliz… quanto trabalho intelectual e espiritual estará escondido por detrás dessa felicidade?!... Quantas renúncias aos quereres danosos do corpo foram já vencidos?
O corpo é o bilhete de identidade de uma pessoa, é com o corpo que a pessoa se relaciona consigo mesma e com todo o resto do mundo, por isso o corpo deve merecer todo o cuidado e atenção. Contudo, as atenções a dar-lhe têm que ser bem doseadas e nas horas certas.
O corpo para uma vida será sempre como uma criança sedenta de aconchego e carinho, o que lhe é realmente devido, mas sem exageros ou caprichos.
Querer é poder. O querer e o poder estão na mente… que se não vê… mas o que na nossa mente idealizarmos levará a que tudo à nossa volta se desenvolva no sentido dos nossos desejos. Daí o dizer-se com a maior razão que “o sonho comanda a vida.”
Respeitemos com muito amor todas as pessoas que nos rodeiam, ainda que sejam as piores possíveis.
Cada vida é uma luta constante entre as suas necessidades corporais e espirituais e nessa luta estão inseridas duas forças muito fortes e antagónicas, a força do bem e a força do mal.
Quando uma vida surge num ambiente em que o mal predomina sobre o bem, normalmente, essa vida crescerá com valores correspondentes aos que vê à sua volta, e terá muito mais dificuldades em encontrar as formas de praticar o bem… e isto sem culpa própria, porque, afinal, não teve culpa de nascer ali, pois ninguém escolhe o sítio onde nascer, e terá de ser muito menos culpabilizada pelo bem que não consegue fazer.
Todavia, o ambiente próximo pode não ser de todo determinante.
A vida, ao crescer, começa a alargar os seus horizontes e a formar a sua consciência pessoal, onde tudo pesa: as características pessoais, a hereditariedade e o ambiente próximo e cada vez mais o ambiente alargado, e o discernimento entre o que é bem e o que é mal vai-se tornando uma realidade cada vez mais evidente. O que uma pessoa é no seu interior aparece retratado nas acções que pratica, são essas acções que tornam visível a realidade do ser e o identifica como bom ou mau.
Bom ou mau que não pode ser visto de forma determinante, pois a vida está numa constante transformação, e o que hoje nos parece mau, amanhã pode apresentar-se-nos como muito bom.
No jardim da vida o bem e o mal são assim como duas plantas que crescem lado a lado, bem perto uma da outra mas com processos de alimentação diferentes. O bem será cada vez maior se cultivarmos em nós o desejo de sermos bons e praticarmos boas obras, mas se praticarmos obras más estaremos a alimentar o mal.
Contudo, temos que ter muito cuidado com o juízo que fazemos de nós mesmos e de tudo quanto nos rodeia no respeitante a estas duas forças antagónicas e reais.
A força do mal esconde as amarguras que causa em embrulhinhos muito bonitos de papel dourado e lacinhos cor de rosa, ou seja, em prazeres imediatos que uma vez vividos deles não resta nada, só ódio e desilusão.
De contrário, a força do bem, tem embrulhos maltratados, não é atraente à primeira vista porque custa a realizar, mas os seus frutos produzem serenidade e paz duradoira, porque é enraizada no amor.

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