sexta-feira, 9 de abril de 2010
A ÁGUA DO RIO
Uma nascente
brota da terra,
algures,
no cume dum monte.
Desce lentamente
ao longo do vale
e recebe em si
a água que fluí
noutra nascente.
Fica contente!
E corre cada vez mais veloz
na força
que lhe advém
do encontro
que provém
da água de mais
outra
e outra
e outra…
e mais outra nascente…
que a ela
se juntam
deslizando
saltitando
e
cantando alegremente.
É sem querer!
Acontece!
Pois nada
as manda escolher
este caminho…
é o caminho
que lhes aparece
e que todas aproveitam
para percorrer
numa irresistível
união
de forças e acção
para ir ao encontro
de algo
que as encha
de maior satisfação.
Seguras de si
estas nascentes
alargam sua estrada
e perplexas
emergem na paisagem
fazendo a distinção
de cada margem.
Na via aberta
por elas percorrida
os homens fazem estrada
que facilita a vida.
E a água do rio,
lentamente,
a sussurrar,
encontra, finalmente,
o grande mar.
E fica aflita
pois não tem por onde fugir
e nada mais pode fazer
do que entrar
e desaparecer
ao se integrar
na imensidão profunda
desse mar.
E num doce aceitar
desta morte permanente
infiltra-se no mar,
suavemente!
E agora mar…
enamorada da areia
faz baixa… ou praia mar
conforme a maré está
vazia ou cheia.
E é neste marulhar…
sem ansiedade…
que a água do rio
vive em pleno…
a “LIBERDADE!”
Etiquetas:
Ambiente/vida
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