Não julgar…
é fácil de dizer e difícil de praticar!
A vida é uma
longa ou curta caminhada
que deve ser
de ascese e crescer constantes 
que acabam
por ser intermitentes 
pois não
obstante os esforços dispendidos 
só em
pequenos momentos 
serão em
pleno atingidos.
Dizemos que
é urgente não julgar
e nem sequer
nisso nós pensamos 
mas a todo o
momento, 
inexplicavelmente,
nós julgamos: 
julgamos o
bom e o mau, 
o grande e o
pequeno, 
o bonito e o
feio, o rico e o pobre, 
o palhaço brincalhão
e o impertinente nobre, 
a
delinquência do desprovido 
e a
prepotência do sabichão enaltecido, 
o roto, sujo
e esfarrapado 
e o ajeitadinho,
elegante e bem cuidado, 
o mal
cheiroso e o perfumado, 
o que enche
a boca com frases disparatadas 
e o que se
compraz de as fazer bem estruturadas…
Julgamos o
que, desnudado, vagueia pelas ruas, 
e o que, com
ou sem gosto, se acoberta por demais 
deixando
visíveis os olhos e nada mais… 
Nós julgamos
o que tudo faz para tudo ter com dura lida… 
e o que nada
faz para alcançar algo na vida…
Nós julgamos
o egoísta e o caridoso, 
o alto e o
baixo, 
o de rosto
tratado ou rugoso, 
o loiro de
olhinhos azuis 
e o
moreninho de cabelos acastanhados, 
o que usa
trancinhas e travessões 
e o que rapa
o cabelo para não ter que se pentear, 
a que pinta
os lábios e dá brilho e esplendor ao seu cabelo
e a que tem
as unhas sujas de tanto trabalhar… 
porque… é porcaria
e desmazelo!... 
Julgamos o
que usa fraque e tramelinho, 
e o de calças
de ganga 
com pequeno
ou grande buraquinho…     
Irra!...
Tanto julgar não dá para entender! 
Será que não
há mais nada para fazer?
E porque não
tentar… para acabar 
com todos
estes julgamentos desleais… 
aprender a
julgar, sim, 
mas cada um
a si mesmo e nada mais!
Julgar a
fundo todo o seu potencial 
para
encontrar formas 
de destruir em
si tudo o que é mal 
e
desenvolver mais e melhor o que bom for 
e leve ao
respeito mútuo e mútuo amor!...
Seria bom
para dar fim ao que é tormento 
neste mundo
belo e acolhedor 
escasso de
momentos e de tempo… 
acabar com o
desengano e desamor
que enche as
vidas da mais imensa dor
e mal-entendidos
que só causam sofrimento!
Torreira,
2012/06/29 – 17 10h
Hermínia Nadais