O Inverno
despediu-se:
levou o frio,
a trovoada,
a neve branca,
a geada...
As longas noites
escuras
que precederam
e sucederam
aos dias curtos e
cinzentos,
necessários,
mas de tormentos...
Então, cheguei!...
Alegre e airosa,
suave, carinhosa,
aumentando a
claridade e o fulgor
dos dias que aumentam
seu calor...
Estou feliz!...
Olhei para um pomar:
as árvores como
noivas
a noivar,
ornadas de grinaldas
multicores
entre os amores
dos passarinhos a
chilrear
de ramo em ramo
a voar
construindo os seus
ninhos
que servirão de
abrigo aos seus filhinhos...
E, a chegar,
vinham as andorinhas
muito pretinhas
com seu peito alvo de
neve,
planando no espaço
como folha leve!...
Os meus dias, no seu
decorrer,
lençóis de verdura
farão aparecer...
As árvores, agora
alvas noivas,
que às abelhas
fornecerão
o farnel,
depois da lua de mel
suas copas de verdura
encherão,
e os seus doces
frutos surgirão.
A Natureza
ficará no auge
da sua beleza!...
E as flores,
multicolores,
por toda a parte
deixarão odores...
Tudo no Mundo ficará,
assim,
como um jardim,
quando os meus dias
chegarem ao seu
fim!...
Então...
Irei feliz, para
outra terra...
enquanto, com
ansiedade,
meus amigos
suplicarão com saudade:
-Vem depressa, ó
Primavera!...