Enquanto o Sol sorri deixando uma estrada de luz a
atravessar a ria, os barcos andam por ali onde os homens e as mulheres, aproveitando
as baixas marés, de baldes na mão, vão recolhendo os vivaldes que lhes darão o
sustento e suporte para poderem vaguear honestamente pelos caminhos do mundo.
O sistema de rega, num movimento constante, humedece o
relvado para que se conserve verdejante e dê mais deslumbramento a este espaço
de sonho.
Os veículos circulam na via, a velocidade moderada!
As lojas, aos poucos, vão abrindo e colocando as suas
ofertas à vista de toda a gente que delas necessite ou as queira ter como suas.
As pessoas mais despreocupadas de canseiras laborais
aproveitam para o passeio matutino com os seus fiéis amigos de quatro patas que
passam sorridentes, tal como os seus donos.
Há também quem aventure a corridinha ou caminhada matinal
sobre o tapete vermelho que ladeia a ria.
Nas poucas casinhas ambulantes, em gozo de férias, ainda se
dorme, tranquilamente, o sono da paz reconfortante dos dias do ano, cheios de
stress e aventuras que desgastam as belezas da vida.
As gaivotas perdidas ou desencontradas da zona marinha vão
sobrevoando o espaço ou param, a descansar, nas pequenas colunas de cimento
junto do cais de embarque para os pequenos passeios fluviais.
As bicicletas de vários números de ocupantes, essas, estão
ainda cobertas com a sua pequena manta acolhedora do sereno da noite.
Entretanto, pela ria, um sem número de pequenos barcos que surgem
não se sabe bem de onde nem para quê deslizam suavemente… e os considerados de
transporte correm ria acima ou abaixo, não sei muito bem, como que a levar
alguém apressado a determinado lugar… enquanto alguns e algumas ciclistas, descontraidamente,
vão circulando com brandura pelas margens atapedadas!
Que encanto que tanto maravilha e encanta… neste pequeno e
afável recantinho da Natureza onde tudo nos fala de paz, serenidade e harmonia!...
Ria, Costa Nova, 2012/08/31 – 08.38h
Hermínia Nadais