Foi num lacrimoso dia dos finais da Primavera… um daqueles característicos dias solares em que os pingos da chuva vão alternando continuamente com os raios de Sol escaldante e os minutos se sucedem num rodar tão permanente que parece não ter fim.
Enquanto o Sol ia sorrindo por entre a densidade das nuvens e iluminando a terra com os seus esplendorosos raios, uma alegre e colorida borboleta voava por entre a frescura da ramagem, junto a um pequeno regato, embalada pela maravilhosa beleza que a circundava. Subitamente, deparou-se com uma papoila empalidecida… à míngua das carícias fulgurantes e directas do calor e luz solares!
Entreolharam-se meigamente, depois do que a borboleta sussurrou:
- Como é possível, papoila linda?!... Isto não é lugar para ti!
E… velozmente… como que para superar tanta carência de afecto… imobilizou as suas leves asas para as poisar sobre as fragilizadas pétalas, acalentando-as com a maior ternura e carinho do palpitar suave e quente do seu bondoso coração. Entre soluços partilhados, abraçaram-se meigamente, expandindo felicidade!
Entretanto, duas meninas de olhos azuis e cabelos loiros ondulados, apareceram, saltitando e cantarolando.
Nas mãos aveludadas e macias traziam uma pequena rede amarela e um saquinho azul.
Sem mais demoras, lançaram a rede sobre a borboleta e, de imediato, muito cuidadosamente, retiraram da terra embevecida a esguia papoila para colocá-la, com todos os cuidados possíveis, num vasinho verde retirado do interior do saco.
Amargamente surpresas… a papoila e a borboleta… bem queriam dar continuidade à sua felicidade pessoal e à alegria desmedida e louca daquelas inexperientes crianças… mas não conseguiram resistir à mágoa da separação, à perca irreparável do seu incomparável cantinho nem da sua tão genuína liberdade!...
E… lentamente… a borboleta foi imobilizando as asas, e a papoila… magoada e enternecida… foi deixando murchar as folhas ao mesmo tempo que deixava cair, uma a uma, todas as suas pétalas!…
De olhares lacrimosos e corações feridos, as duas meninas, silenciosa e desoladamente, iam-se encaminhando para as suas casas!
quarta-feira, 20 de abril de 2011
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5 comentários:
Quida Titi Hêminia
Ó coitadinhas da boboleta e da papôla!
Que tiste!
É por causa da época da Páscoa que também é tiste, mas ao mêmo tempo de aleguia! - disse a minha vóvó Néné.
Poque o nosso Jesus moleu por todos nós, mas também para nos dar Vida e Graça no céu! Não é titi?!
Desejo uma Páscoa feliz na companhia dos netinhos e a vó Néné diz que telefona depois da Páscoa poque naquele dia estava xôxa! E agola veio aqui de fugida poque foi colocar no meu blog um pexentinho para todas as titis quidas!
Beijinhos meus doces e babados...
Bébé Carolina
Considero, acima de tudo, locais reconfortantes, quando falo nos seus blogues.
Que história emocionante, intensa...
Fantástico!
Muito obrigado pelo apoio que me tem dado por acompanhar o meu trabalho.
Vemo-nos por aí...
Olá Carolina!
Estás muito linda! A tua vó Né tem muito cuidado contigo. A Titi Hêminia de vez em quando anda lá pelo teu amoroso e maravilhoso cantinho... onde abundam beleza, mensagem e bom gosto!
Parabéns, minha querida!
Uma boa Páscoa para ti e toda a família, chei de miminhos e carinhos.
Beijinhos doces para todos da titi Hêminia
Obrigada Pedro pelo carinho das palavras que expressam tanta ternura de gestos!
As maiores venturas e felicidades!
Adorei os textos deste blog, são bastante tocantes, mas esse realmente chamou-me atenção!
Muito lindo...
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