quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O AMANHÃ!...

...

O amanhã com que todos nós sonhamos
e que apregoamos na mais alta voz
não é pertença nossa!
O desejá-lo está bem dentro de nós
mas o nunca saber
se virá ou não a existir
pode tornar-se numa amargura atroz!

Então… que deveremos fazer
além de amortecer
a verdade desta realidade ?
Não guardar para amanhã
tudo o que no hoje
cada um puder fazer!

O amanhã precisa ser julgado
por todas as broncas de que é culpado
das inúmeras palavras que ficam por dizer
dos muitos gestos por realizar
de muitos beijos por dar
de muitos abraços que não podemos sentir
e das muitas batalhas que não nos propomos travar!

O amanhã é o eterno culpado
do enorme desleixo praticado
por quem na vida tudo deixa correr
porque amanhã há sempre tempo de fazer.

Amanhã… Amanhã!…
Se o Passado é pertença do tempo,
o amanhã é a incerteza da vida!

Então, pensando no bem-estar do outro
e com tudo o que dele sobrar
aproveitemos o presente
vivendo-o a cada instante
intensamente!

Telefonemos para quem queremos falar
escrevamos o que queremos escrever
beijemos a quem quisermos beijar
abracemos quem queremos abraçar
visitemos quem queremos visitar
digamos: “amo-te” a quem quisermos dizer
vistamos o que gostarmos de vestir
comamos o que gostarmos de comer
bebamos o que gostarmos  de beber
passeemos se gostarmos de passear
cantemos alto e forte até a voz doer
dancemos na alegria até não mais poder
e riamos até não mais acabar!...

Com peso e medida
tanta quanto baste
para poder caminhar de fronte erguida
de mãos dadas com quantos nos rodeiam
na fraternidade que o mundo precisa
e os homens tanto anseiam!

1 comentário:

Anónimo disse...

Caríssima Herminia Nadais,

Mais um texto que mostra bem quem é. Parabéns e obrigado por partilhar mais um texto fantástico.

Deixo uma pequena ressalva:

Não se deixe inebriar pelo "carpe diem". Comamos o que gostarmos de comer. Bebamos o que gostarmos de beber. Com peso e medida. Para estar cá amanhã e garantir que as sementes que se deixam estão fortes e prontas para seguir o mesmo caminho, contra ventos e marés. Que não fique dependente da orientação de um qualquer romano. E que a voz não lhe doa para amanhã voltar a falar ao vento.

cumprimentos,