O sol escaldante deixava cair os seus raios dourados sobre o
corpo de bronze alquebrado sob o peso da enxada que removia lentamente a terra
do carvalhal amortecido.
Era meio dia! Ao longe, uma mocinha graciosa vinha deambulando
pela estrada deixando que o vento ondulasse os seus belos e pretos cabelos lisos.
De olhos enxutos mas com a água a escorrer por entre os pelos loiros das raras
e esguias barbas, João sentou-se, calmamente, debaixo do salgueiro junto ao
penedo que ladeia a margem direita do rio. Ao vê-lo, um sorriso delicioso
encheu de brilho o olhar de Maria enquanto, brandamente, poisava a pequena
cesta e estendia sobre a densa folhagem seca um lindo pano de linho fino,
bordado a preceito, debaixo do que a pequena panela da sopa fumegava um cheiro tão
saboroso que enchia de gozo as bocas mais insípidas e amargas.
Os momentos do almoço passaram, mudos e velozes! E, enquanto
a jovem se apressava no regresso ao lar para continuar junto da mãe as
cansativas lides caseiras, João, de olhos presos naquele mimoso esmero da Natureza
ia cavando e pensando se não seria esse formoso rebento a esposa amada que
sonhava um dia encontrar… para lhe mimar a lenta e sequiosa agonia dos dias!...
Hermínia Nadais
5 comentários:
Gostei muito deste seu texto amiga.
São textos muitos sensíveis de alguma calma na maneira de viver,
que hoje pouco existe.
Um grande beijinho
Irene Alves e desejo que esteja bem.
Herminia,trouxe um selinho comemorativo ao 2º aniversário do Chá da tarde,
http://i701.photobucket.com/albums/ww15/M-amles/anigifchzinho.gif
Linda semana,beijos de luz.
É uma excelente ideia escrever mini.textos!
Bjsss
Hola amiga!
Que lindo!
Parabéns pelo texto, e por este espaço tão suave.
Bjs.
Um pequeno conto com lindas passagens poéticas.
Ótimo!
Parabéns
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