quarta-feira, 27 de junho de 2012

Ama!


Ama! 
Ama o mundo e tudo quanto contém! 
Ampara-o com as tuas mãos!
Ama!
E não interessa que ames muito ou pouco!
Ama o mais que puderes,
porque nunca te será pedido
mais do que o que tu puderes dar!

Hermínia Nadais

quarta-feira, 20 de junho de 2012

SOMOS MULTIDÃO!




Somos multidão! Normalmente, ninguém pode viver sozinho!
Ninguém pode ser feliz sozinho! Ninguém erra sozinho nem se corrige sozinho!
Ninguém pratica o bem sem ter algo ou alguém com quem o praticar!
A vida é um dom, uma alegria, uma graça!...
Mas… quando falamos em vida, estamos a evocar tudo quanto existe do qual nós, eu,  tu e eles… somos parte integrante!
Quando falamos em vida falamos numa totalidade de pessoas inatingível pela racionalidade da nossa mente humana.
Nós, tu e eu, além de, seres sociais, não prescindirmos dos outros seres humanos, dependemos ainda do Sol, da Lua e das Estrelas, dos Planetas e Cometas, do ar, da água, da escuridão e da luz, do frio e do calor, das árvores e animais – mamíferos, aves, peixes, e até dos répteis, batráquios, insetos e não sei que mais… é assunto de estudos especiais que não consigo nem tenho necessidade de compreender.
E, analisando um pouco mais e melhor,,, não somos somente toda a multidão atual desta época que atravessamos,  somos também a multidão de todas as pessoas de todos os tempos que passaram e daqueles que depois de nós hão-de vir!
A nossa vida de seres sociais que só nos completamos verdadeiramente uns com os outros… e todos com Deus por Jesus Cristo agarrados à CRUZ… é um enormíssimo e incompreensível mistério.
Que consigamos um dia compreendê-lo!

Hermínia Nadais

quarta-feira, 13 de junho de 2012

CRESCER NA VIDA!




A vida é bela no alvorecer ternurento dos dias,
nas torturas amargas das longas arrelias,
nas manhãs de sol sorridente
a espalhar felicidade
ou na escuridão mais deprimente
da mais profunda solidão e orfandade,
na tortura e amargura,
tristeza e saudade,
porque tudo, nesta vida,
é viver, e é com tudo que se vai aprendendo a crescer.

A vida é doce no calor abafado dos ais
e no frio endurecido do “já não posso mais”…
no aconchego desmesurado do abraço
e nas torturas dolorosas do cansaço…
quando tudo corre bem na dor do amor
ou quando as ásperas incertezas nos enchem de pavor,
porque, pensando bem
para bem ver,
é com tudo isto que podemos crescer! 

Hermínia Nadais

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Frente ao mar


Junto ao mar me sento emudecida
Das ondas mansas ouvindo o marulhar
Vendo o Sol dourado ir p’ra outro lugar
Deixando espaço à lua enternecida

A noite avança de cabeça erguida
Com as gaivotas planando sem parar
Cobrindo de brandura este lugar
Que aconchega a noite e refresca a vida

E sonhando com o ardor de um outro dia
Sorvendo os beijos doces das marés
Sinto que a areia chora a solidão

Enquanto o delicado odor da maresia
Me suaviza o corpo da cabeça aos pés
Enchendo de alento a alma e o coração!

Hermínia Nadais 
Praia de Esmoriz, 2012/06/07

domingo, 3 de junho de 2012

Família e Juventude






Hoje, Celebração Litúrgica da Festa da Santíssima Trindade, pela conclusão do VII Encontro Mundial das Famílias, em Milão, e ainda pelo encerramento das Jornadas Diocesanas da Família e Juventude com “Bodas” matrimoniais realizadas na nossa Diocese do Porto, acrescidas de um sem número de celebrações de Profissões de Fé e outras decorridas um pouco por todo o lado, é um dia muito importante para toda a Igreja Católica.
Tocou-me sobretudo a Homilia do nosso Bispo, D. Manuel Clemente, toda ela riquíssima de ensinamentos e vida, o que vou referir sucintamente transcrevendo os pontos mais relevantes: 

“Caríssimos irmãos e irmãs, especialmente vós que celebrais Bodas Matrimoniais este ano:
Dizemo-nos e reconhecemo-nos “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Assim mesmo fomos batizados e assim mesmo somos “cristãos”, ou seja, ungidos pelo Espírito, para nos retribuirmos “com Cristo, por Cristo e em Cristo” a Deus Pai, em Quem todo o poder é amor e vida, em eterna fonte.
Mas, sendo Deus vida partilhada – entre o Pai e o Filho na união do Espírito-, só na partilha se pode conhecer: e não como quem O pensasse em abstrato, mas como quem O reconhece na relação.
A própria natureza das coisas vai nesse sentido. Nascemos da relação dos nossos pais e sempre interdependentes uns dos outros, nas famílias que tivemos e todos devem ter. Por isso hão de ser apoiadas, para que tudo decorra positivamente, devendo a sociedade reconhecer em cada família a melhor escola da sociabilidade, onde aprendemos a viver solidariamente. Tanto assim é que, quando não se garante este primeiríssimo patamar da sociabilidade, em si mesmo insubstituível, os seguintes logo se ressentem negativamente.
Caríssimos irmãos e irmãs, sobretudo vós, os que vos “casastes no Senhor” (cf 1 Cor 7, 39), pela graça própria do sacramento do Matrimónio: Vós reconhecestes e reconheceis pela fé recebida e por experiência própria, que o desígnio divino sobre a família se garante em Cristo, vencedor definitivo de tudo quanto nos divide e separa.
- Que bom, que belo e verdadeiro é estarmos aqui a celebrar Bodas matrimoniais, de dez, vinte e cinco, cinquenta e mais anos! Estou certo e bem certo de que todos nos contaríeis histórias vividas das vitórias da graça de Cristo, que foi mais forte do que as tentações que certamente sofrestes, como sofremos todos, nesta ou naquela aceção.
Caríssimos irmãos e irmãs em Bodas matrimoniais: Vós sois os verdadeiros campeões da vida e os que mais importa reconhecer e louvar! E quando nos apresentam tantos vencedores disto ou daquilo – justamente vencedores, por vezes -, vós, caríssimos casais, vós é que sobretudo ganhais e mereceis o primeiro lugar no pódio!
Num pódio que, aliás, não se desmonta, quando acabam os hinos e se entregam as taças… O vosso pódio é o amor de Deus em vós, e este nunca acabará (1 Cor 13, 8)!” 

E continuou pedindo às famílias para testemunharem permanentemente de forma serena o quanto é possível com Deus e de que o Matrimónio, Sacramento ou sinal de vida com Deus, não está ultrapassado, pois é o garante da vida e do futuro, pois reconhece a necessidade de persistir, perdoar e seguir em frente e em unidade mais amadurecida, como a corrente profunda do mar ou a linha contínua do tempo, que, mesmo com Outonos e Invernos, ruma sempre à Primavera.” 

E prosseguiu que, muito mais do que dizer o valor da Sacramento do Matrimónio, é importante a demonstração real e concreta do que vai sendo dito, e que os presentes podem atestar por experiência própria ganha nas dificuldades vencidas que, sendo impossíveis para os homens, são possíveis a Deus. (Mt 19, 26).” 

 E referiu ainda “que muitos casais não vivem propriamente em matrimónio e que tantos outros não prosseguiram unidos, pelas mais diversas causas” situações que não podemos julgar nem nos considerarmos melhores.

Lembrou a convicção reconhecida de que o matrimónio uno, indissolúvel e fecundo, realizado em entregas totais, definitivas e criativas corresponde bem à alma humana, pois cada pessoa “só se revela no tempo, ao longo dos anos que viver, e desde que acompanhada nesse percurso por outros que igualmente se vão revelando, rumo ao melhor de si próprios, o que acontece do modo mais radical e verdadeiro na preparação e consecução do projeto matrimonial que a Igreja convictamente propõe para ser concluído aos poucos na vida de todos os dias. Para isso “é fundamental que em cada comunidade a preparação para o matrimónio seja feita a longo prazo, a partir duma catequese que forme para a vida partilhada, com Deus e com os outros, o sentido do serviço e a felicidade do bem querer e do bem fazer; e isto mesmo com a cooperação dos pais e das famílias, que igualmente sigam o caminho de Cristo e da sua entrega por todos. Depois, ao longo da vida matrimonial, que importantes são encontros e movimentos de casais e famílias, que mantenham viva a chama cristã em tudo quanto se faça e prossiga nesses âmbitos essenciais.
Queridos irmãos e irmãs: celebrar a Santíssima Trindade é louvar a Deus uno e trino, ou seja uno no amor que em Si mesmo compartilha. A vida é aprendizagem de Deus, nosso princípio e destinação eterna. A vida do casal e da família é para isso a melhor escola, imprescindível portanto. - Graças a Deus por vós e pelas vossas Bodas que n’Ele mesmo celebrais! A Igreja e a sociedade esperam muito e quase tudo do presente e do futuro da família cristã.”

Estratos da Homilia da Eucaristia conclusiva das Jornadas Diocesanas Família e Juventude no Porto, por D. Manuel Clemente, em 3 de Junho de 2012

Hermínia Nadais

sábado, 2 de junho de 2012

O POEMA DA VIDA!


Um certo dia
atenta ao vento como eterna sonhadora…
vi a vida no tempo
em poesia muito bela e encantadora!
E deslumbrada, assim, como criança,
disse de mim para mim com toda a confiança:

A vida é um poema…
nas primaveras alegres e solarengas alvoradas…
nas deleitosas e recheadas colheitas outonais …
nas sequiosas e crepitantes angustias dos verãos…
nos frígidos e dolorosos delírios invernais!

Sim! A vida é um poema…
nas auroras melodiosas e frescas das manhãs
na paz tranquila das tardes frias ou ensolaradas
nas laboriosidades intensas dos meios-dias
na ternura afetuosa das noites escuras ou estreladas!...

A vida é um poema…
um poema a compor constantemente
no permanente decorrer dos dias
procurando o que melhor interessa
a um amistoso viver de toda a gente
longe dos desesperos e inquietantes arrelias!

A vida é um poema
alegre ou triste
com amor e humildade desejado
ou repelido
na rebeldia e egoísmo exagerado…

A vida é um poema
a procurar
a compreender
desvendar
descobrir
encontrar
reencontrar
e assumir
no jeito certo
e no local exato
onde  ela se deve consumir
sem revolta e com amor
aliviando a cada instante
a dor alheia
e a própria dor.

No poema da vida…
o olhar-se interiormente
é o jeito certo
de retirar de cada dia com ardor
toda a revolta de horror e de deserto!...

No poema da vida,
não… eu não quero…
eu nunca vou querer
de forma pensada e assumida
estar constantemente revoltada
no decorrer persistente
da minha dura lida…

No poema da vida
não quererei nunca…
isso não…
viver em tão delicada confusão
nem ter a loucura da ilusão
de não me querer aventurar a perceber
que essa imensa dor
constante ou intermitente
tem de ser cortada
firmemente
com toda a força da razão….
para não magoar… ainda mais… o já tão magoado coração
que com uma enorme razão poderá ficar doente.

Não! Este cerco errado
e malfadado
quero arredar de mim!
Eu não quero passar nunca a minha vida
revoltada, assim,
sem forma própria de viver e de estar,
lutando em vão por um certo lugar
que me pertence
desde o momento em que comecei a existir
e se tornou mais forte e persistente
quando, crescendo, me fui tornando gente…

Não!... Não nascemos para nós,
de longe, isso, eu descobri, eu sei, 
por isso desde sempre eu arrisquei
doar a vida em prol da sociedade
procurando sem cansar
e sem cessar
servir a toda a gente ao meu redor
com o maior amor esmero e lealdade.

Mas… esquecendo ilusões e desenganos
dentro de mim… de ti… de vós…
existe um “NÓS”…  gritando… em brados tais…
que proclamam sem cessar
doridamente
o reconhecimento de todos os demais…

E… se o nosso “NÓS” não for reconhecido
tal como na vida nos convém
no coração nascerá uma imensa dor
assaz atroz
bárbara desumana
monstruosa medonha e  permanente
que nada nem ninguém
será capaz de retirar
do malogrado coração
sempre a sangrar
enquanto essa dolorosa injustiça
perdurar
tão loucamente!

Então… ó humana geração
para que não mais tal aconteça
no imenso paraíso onde vivemos
e que queremos sempre seja doce e bom…
reconheçamos os “EU” de toda a gente
que da melhor forma que entender e for capaz
avidamente vai procurando ser feliz…
E… lutando por um mundo diferente
de coração a extravasar de amor ardente
no poema incessante da vida, ininterruptamente,
vamos todos servir e amar
com verdade…  e não… como se diz.

Hermínia Nadais