Hoje, Celebração Litúrgica da Festa
da Santíssima Trindade, pela conclusão do VII Encontro Mundial das Famílias, em
Milão, e ainda pelo encerramento das Jornadas
Diocesanas da Família e Juventude com “Bodas” matrimoniais realizadas na nossa Diocese do Porto, acrescidas de
um sem número de celebrações de Profissões de Fé e outras decorridas um pouco
por todo o lado, é um dia muito importante para toda a Igreja Católica.
Tocou-me sobretudo a Homilia do nosso Bispo, D. Manuel Clemente, toda ela
riquíssima de ensinamentos e vida, o que vou referir sucintamente transcrevendo
os pontos mais relevantes:
“Caríssimos irmãos e irmãs,
especialmente vós que celebrais Bodas Matrimoniais este ano:
Dizemo-nos e reconhecemo-nos “em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Assim mesmo fomos batizados e assim
mesmo somos “cristãos”, ou seja, ungidos pelo Espírito, para nos retribuirmos
“com Cristo, por Cristo e em Cristo” a Deus Pai, em Quem todo o poder é amor e
vida, em eterna fonte.
Mas, sendo Deus vida partilhada –
entre o Pai e o Filho na união do Espírito-, só na partilha se pode conhecer: e
não como quem O pensasse em abstrato, mas como quem O reconhece na relação.
A própria natureza das coisas vai
nesse sentido. Nascemos da relação dos nossos pais e sempre interdependentes
uns dos outros, nas famílias que tivemos e todos devem ter. Por isso hão de ser
apoiadas, para que tudo decorra positivamente, devendo a sociedade reconhecer
em cada família a melhor escola da sociabilidade, onde aprendemos a viver
solidariamente. Tanto assim é que, quando não se garante este primeiríssimo
patamar da sociabilidade, em si mesmo insubstituível, os seguintes logo se
ressentem negativamente.
Caríssimos irmãos e irmãs, sobretudo
vós, os que vos “casastes no Senhor” (cf 1 Cor 7, 39), pela graça
própria do sacramento do Matrimónio: Vós reconhecestes e reconheceis pela fé
recebida e por experiência própria, que o desígnio divino sobre a família se
garante em Cristo, vencedor definitivo de tudo quanto nos divide e separa.
- Que bom, que belo e verdadeiro é
estarmos aqui a celebrar Bodas matrimoniais, de dez, vinte e cinco, cinquenta e
mais anos! Estou certo e bem certo de que todos nos contaríeis histórias
vividas das vitórias da graça de Cristo, que foi mais forte do que as tentações
que certamente sofrestes, como sofremos todos, nesta ou naquela aceção.
Caríssimos irmãos e irmãs em Bodas
matrimoniais: Vós sois os verdadeiros campeões da vida e os que mais importa
reconhecer e louvar! E quando nos apresentam tantos vencedores disto ou daquilo
– justamente vencedores, por vezes -, vós, caríssimos casais, vós é que
sobretudo ganhais e mereceis o primeiro lugar no pódio!
Num pódio que, aliás, não se
desmonta, quando acabam os hinos e se entregam as taças… O vosso pódio é o amor
de Deus em vós, e este nunca acabará (1 Cor 13, 8)!”
E continuou pedindo às famílias para testemunharem permanentemente de forma
serena o quanto é possível com Deus e de que o Matrimónio, Sacramento ou sinal
de vida com Deus, não está ultrapassado, pois é o garante da vida e do futuro, pois reconhece a necessidade de persistir,
perdoar e seguir em frente e em unidade mais amadurecida, como a corrente profunda do mar ou a linha contínua do tempo, que,
mesmo com Outonos e Invernos, ruma sempre à Primavera.”
E prosseguiu que, muito mais do que dizer o valor da Sacramento do
Matrimónio, é importante a demonstração real e concreta do que vai sendo dito, e
que os presentes podem atestar por experiência própria ganha nas dificuldades vencidas
que, sendo impossíveis para os homens, são possíveis a Deus. (Mt 19, 26).”
E referiu ainda “que muitos
casais não vivem propriamente em matrimónio e que tantos outros não
prosseguiram unidos, pelas mais diversas causas” situações que não podemos julgar nem nos
considerarmos melhores.
Lembrou a convicção reconhecida de que o matrimónio uno, indissolúvel e
fecundo, realizado em entregas totais, definitivas e criativas corresponde bem
à alma humana, pois cada pessoa “só se
revela no tempo, ao longo dos anos que viver, e desde que acompanhada nesse
percurso por outros que igualmente se vão revelando, rumo ao melhor de si
próprios, o que acontece do modo mais radical e verdadeiro na preparação e consecução
do projeto matrimonial que a Igreja convictamente propõe para ser concluído aos
poucos na vida de todos os dias. Para isso “é
fundamental que em cada comunidade a preparação para o matrimónio seja feita a
longo prazo, a partir duma catequese que forme para a vida partilhada, com Deus
e com os outros, o sentido do serviço e a felicidade do bem querer e do bem
fazer; e isto mesmo com a cooperação dos pais e das famílias, que igualmente
sigam o caminho de Cristo e da sua entrega por todos. Depois, ao longo da vida
matrimonial, que importantes são encontros e movimentos de casais e famílias,
que mantenham viva a chama cristã em tudo quanto se faça e prossiga nesses
âmbitos essenciais.
Queridos irmãos e irmãs: celebrar a
Santíssima Trindade é louvar a Deus uno e trino, ou seja uno no amor que em Si
mesmo compartilha. A vida é aprendizagem de Deus, nosso princípio e destinação
eterna. A vida do casal e da família é para isso a melhor escola,
imprescindível portanto. - Graças a Deus por vós e pelas vossas Bodas que n’Ele
mesmo celebrais! A Igreja e a sociedade esperam muito e quase tudo do presente
e do futuro da família cristã.”
Estratos da Homilia da Eucaristia conclusiva das Jornadas Diocesanas
Família e Juventude no Porto, por D. Manuel
Clemente, em 3 de Junho de 2012
Hermínia Nadais
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