No
Sínodo dos Bispos foram tratados desafios que envolvem a família na nova
evangelização, referindo com clareza à relação entre o homem e a mulher descrita
no Génesis: “Por isso, o homem abandonará seu pai e sua mãe, para se unir à sua
mulher e serão ambos uma só carne” (Gn. 1,24, Mc. 10,7-8) a santificar pelo
Criador e a ser perpetuada pelos ensinamentos e obra de Jesus Cristo na terra.
A
família é uma Boa Notícia para o mundo atual, em particular para o mundo
secularizado que idealiza a vida sem Deus ou quase sem Deus. A união de dois seres,
homem e mulher, numa só carne, só pode conseguir-se na caridade de um amor
fecundo e indissolúvel abençoado por Deus.
A
família constituída em matrimónio/sacramento ou sinal de Jesus Cristo, tal como
a fé, atravessa uma profunda crise nas regiões de antiga evangelização onde se
inclui a nossa Europa.
O
matrimónio não pode ser só objeto, mas tem de ser sujeito da nova evangelização.
Os
desafios da Nova Evangelização não procuram levar o anúncio do Evangelho a quem
nunca ouviu falar de Jesus Cristo, muito pelo contrário, tentam recuperar a
identidade dos cristãos para que conheçam e vivam melhor o verdadeiro
cristianismo de modo a conseguirem um diálogo mais profundo com o mundo de hoje.
É
preciso que os cristãos aprofundem os seus conhecimentos sobre Jesus Cristo,
porque pior do que enfrentar uma geração de não catequizados é ter pela frente
uma geração dos pouco ou nada catequizados, ou seja, de pessoas que pensam
conhecer a mensagem cristã e encontrar a Cristo sem a mediação da Igreja e a
força da Palavra, Oração e Sacramentos. Normalmente as pessoas fazem referência
a Cristo, mas sem horizontes espirituais ou de transcendência.
No mundo
atual as pessoas são cada vez mais chamadas a viver em diálogo umas com as
outras. Na ordem natural das coisas, todos somos criaturas à imagem e
semelhança de Deus que nos une a todos! O coração da fé cristã é o anúncio da
ressurreição de Cristo depois da Sua peregrinação terrena, e o encontro com Esse
Cristo, o Filho de Deus, acontece por meio da Igreja que Ele deixou na terra! Neste
mundo cheio de materialismo desenfreado, a paz, justiça e amor ao próximo que
Cristo veio trazer já torna presente o reino de Deus no mundo, reino que
alcançará a sua plenitude no que chamamos céu, a Glória de Deus, a eternidade.
“É
urgente recuperar a verdade e a confiança no Evangelho a nível individual e
institucional, pois as pessoas das escolas, universidades, associações sociais
e outras instituições, devem ser preparadas de modo a poderem sentir-se à vontade
para expressarem a própria fé. Os novos movimentos devem ser cada vez mais sinais
da obra do Espírito Santo, através dos quais a Igreja reencontre nova energia,
pois o fato de estarem ligados à Igreja autentica a sua mensagem.”
É preciso que os cristãos comecem a evangelizar como os primeiros
discípulos, falando mais com a vida do que com palavras e vivendo numa vida de
mútua solidariedade e amor, partilhando com todos os homens e mulheres
alegrias, esperanças, dificuldades e aflições.
Hermínia Nadais